sábado, 17 de dezembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Não renuncie ao dinheiro, renuncie à propensão ao dinheiro
Posted: 15 Nov 2011 04:14 PM PST
Muitos sábios orientais do passado foram contra o dinheiro. Você, ao contrário, não é. Poderia, por favor, comentar?

Eu não sou contra o dinheiro, sou contra a propensão ao dinheiro. Não sou contra as posses, sou contra a possessividade. E essas são dimensões totalmente diferentes, diametralmente opostas.

Ser contra o dinheiro é estúpido. O dinheiro é um meio muito belo, um meio de intercâmbio. Sem ele não pode haver uma cultura evoluída, sociedade ou civilização.

Apenas imagine que o dinheiro desapareceu do mundo. Então tudo o que é confortável, tudo aquilo que lhe dá conforto desaparecerá com ele. As pessoas serão reduzidas a uma profunda pobreza.

O dinheiro tem prestado uma tremenda ajuda; e é preciso apreciá-lo. Assim, não sou contra o dinheiro, mas certamente sou contra a propensão ao dinheiro, e as pessoas não fazem essa distinção. Todo o passado humano viveu em confusão.

Renuncie à propensão ao dinheiro, mas não há necessidade de renunciar ao dinheiro em si. O dinheiro tem de ser criado, a prosperidade tem de ser criada. Sem a prosperidade, toda a ciência desaparecerá, toda a tecnologia desaparecerá, todas as grandes conquistas do homem desaparecerão. O homem não será capaz de atingir a lua, o homem não será capaz de voar.

Sem o dinheiro, a vida se estagnará, exatamente como sem a linguagem toda arte, toda literatura, toda poesia, toda música desaparecerão. Exatamente como a linguagem o ajuda a trocar pensamentos, a se comunicar, o dinheiro o ajuda a trocar coisas; também é uma forma de comunicação.

Mas as pessoas com uma mente propensa ao dinheiro se apegam a ele; destroem toda a sua finalidade. Sua finalidade é passar de uma mão a outra. É por isso que é chamado de moeda corrente: tem de permanecer como uma corrente, movendo-se. Quanto mais se move, melhor; mais rica se torna a sociedade.

Se eu tiver apenas uma rupia e ela correr e passar por cinco mil sannyasins, então uma rupia se tornará cinco mil rupias. Quanto mais se move, mais dinheiro é criado. Funciona como se existissem cinco mil rupias - apenas uma rupia!

Mas a pessoa propensa ao dinheiro agarra-se a ele; interrompe a corrente. Ela o segura, apega-se a ele, não o usa.

Osho, em "Dinheiro, Trabalho, Espiritualidade"
Imagem por Images_of_Money

terça-feira, 1 de novembro de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Sem medo de cometer erros
Posted: 31 Oct 2011 10:58 AM PDT
Viva sua vida como se você fosse a primeira pessoa na Terra; viva como se você fosse Adão e Eva - ninguém esteve aqui antes, portanto não há a quem imitar.

Quando você começa a viver de acordo com sua luz própria, sem medo de cometer erros... Erros sempre serão cometidos, eles são naturais, inevitáveis e também benéficos. Se você não comete erros, nunca aprende.

Claro que não se deve cometer os mesmos erros de novo, pois isso seria estupidez. Descubra novos erros, novos caminhos por onde se extraviar.

É melhor se extraviar por um novo caminho que seguir a multidão pelo caminho certo, porque essa não é uma questão de certo ou errado - a questão é de autenticidade, sinceridade consigo mesmo, responsabilidade para seu próprio ser.

Meditação é a aplicação da inteligência a tudo que você fizer, até que, lentamente, lentamente, a inteligência se torne uma luz em você.

Osho, em "Meditações Para o Dia"
Imagem por J Heffner

domingo, 30 de outubro de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Ego
Posted: 29 Oct 2011 12:59 PM PDT
Todos nós nascemos sem um ego. Quando uma criança nasce, ela é apenas consciência: flutuando, fluindo, lúcida, inocente, virgem, sem ego. Aos poucos, o ego é criado pelos outros. O ego é o efeito acumulado das opiniões dos outros sobre você.

Um vizinho chega e diz "Que criança bonita!", e olha para a criança com um olhar de apreciação. Então o ego começa a funcionar. Alguém sorri, uma outra pessoa não sorri. Algumas vezes a mãe é muito carinhosa, outras vezes está muito zangada.

E a criança vai aprendendo que não é aceita como ela é. Seu ser não é aceito de forma incondicional: há condições a serem satisfeitas. Se ela grita e chora e há visitas na casa, sua mãe se zanga. Se ela grita e chora, mas não há visitas na casa, sua mãe não se importa.

Se ela não grita, nem chora, sua mãe a recompensa sempre com beijos amorosos e com carinho. Quando há visitas, se a criança sabe ficar quieta, em silêncio, sua mãe fica muito feliz e a recompensa. A criança vai aprendendo as opiniões dos outros sobre si mesma olhando no espelho dos relacionamentos.

Você não pode ver a sua face diretamente. Você tem que olhar em um espelho, e no espelho você pode reconhecer sua face. Esse reflexo se torna sua ideia de sua face, e há milhares de espelhos a seu redor, todos eles refletindo algo. Alguém o ama, alguém o odeia, alguém é indiferente.

E então, aos poucos, a criança cresce e continua acumulando as opiniões de outras pessoas. A essência total dessas opiniões dos outros constitui o ego. A pessoa começa a olhar para si mesma da forma como os outros a veem. Começa a se olhar de fora: isso é o ego.

Se as pessoas gostam dela e a aplaudem, ela pensa ser bela, estar sendo aceita. Se as pessoas não a aplaudem e não gostam dela, rejeitando-a, ela se sente condenada. Ela está continuamente procurando formas e meios para ser apreciada, para ser repetidamente assegurada de que possui valor, que possui um mérito, um sentido e um significado.

Então a pessoa passa a ter medo de ser ela mesma. É preciso encaixar-se na opinião dos outros.

Se você deixar de lado o ego, subitamente se tornará novamente uma criança. Você não estará mais preocupado com o que os outros pensam sobre você, não prestará mais atenção àquilo que os outros dizem de você.

Nesse momento, terá deixado cair o espelho. Ele não tem mais sentido: a face é sua, então por que perguntar ao espelho?

Osho, em "Osho de A a Z: Um Dicionário Espiritual do Aqui e Agora"
Imagem por Sharon Drummond

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Ambição
Posted: 20 Oct 2011 05:08 PM PDT
Ambição simplesmente significa que você está sentindo um profundo vazio e você deseja preenchê-lo com qualquer coisa possível; com o que quer que seja.

E uma vez entendido isso, então você não tem mais nada a ver com a ambição. Você tem algo a ver com o seu chegar a uma comunhão com o todo, assim o vazio interior desaparece.

Isso não significa que você começa a viver despido; isso simplesmente significa que você não vive somente para acumular coisas.

Osho, em "Beyond Psychology"
Imagem por akahodag
Publicado no blog palavras de Osho
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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Entendendo a necessidade de espaço
Posted: 04 Oct 2011 06:46 PM PDT
Procurem se entender, conversar entre si e compreender que o outro às vezes precisa de espaço. E este é o problema: pode não acontecer ao mesmo tempo para vocês dois.

Às vezes você quer estar com o seu parceiro e ele quer ficar sozinho - não há nada a fazer nesse caso. Você precisa entender e deixá-lo sozinho. Às vezes você quer ficar sozinha e ele quer ficar com você - então diga a ele que você lamenta, mas precisa do seu espaço!

Simplesmente procurem se entender cada vez mais. É aí que está a falha dos casais: o amor que eles têm é suficiente, mas o entendimento não é, não é mesmo. É por isso que o amor acaba perecendo no abismo dos desentendimentos. Ele não pode viver sem entendimento.

Sozinho, o amor é muito tolo; com entendimento, ele pode ter uma vida longa, uma vida grandiosa - de muitas alegrias compartilhadas, de muitos momentos belos compartilhados, de grandes experiências poéticas. Mas isso só acontece por meio do entendimento.

O amor pode lhe dar uma breve lua de mel, mas nada mais do que isso. Só o entendimento pode lhe dar uma intimidade profunda. Então, mesmo que algum dia vocês se separem, o entendimento ficará com vocês dois, e essa será a dádiva do amor para ambos.

O casal pode se separar, mas o entendimento a que se chegou por intermédio um do outro, na companhia um do outro, sempre estará com vocês. Isso ficará como uma dádiva, não pode haver outra.

Se você ama uma pessoa, a única dádiva valiosa que pode dar a ela é uma certa dose de entendimento.

Osho, em "A Essência do Amor: Como Amar Com Consciência e Se Relacionar Sem Medo"
Imagem por Keoni Cabral

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Você é responsável
Posted: 04 Sep 2011 01:26 PM PDT
A mente ordinária sempre lança a responsabilidade em outro alguém. É sempre o outro que está lhe fazendo sofrer. Sua esposa está lhe causando sofrimento, seu marido está lhe fazendo sofrer, seus pais estão lhe fazendo sofrer, seus filhos estão lhe fazendo sofrer, ou o sistema financeiro da sociedade, capitalismo, comunismo, fascismo, a ideologia política prevalecente, a estrutura social, ou o destino, carma, Deus... você nomeia!

As pessoas têm milhões de maneiras de se esquivar da responsabilidade. Mas no momento que você diz que outra pessoa – X,Y,Z – está lhe causando sofrimento, assim você não pode fazer nada para mudar isso. O que você pode fazer? Quando a sociedade muda e o comunismo chega e há um mundo sem classes, então todos serão felizes. Antes disso, não é possível. Como é que você pode ser feliz numa sociedade pobre? E como você pode ser feliz numa sociedade que é dominada pelos capitalistas? Como você pode ser feliz com uma sociedade que é burocrática? Como você pode ser feliz com uma sociedade que não lhe permite liberdade?

Desculpas e mais desculpas – desculpas apenas evitam um insight que ”Sou responsável por mim mesmo. Ninguém mais é responsável por mim; é absolutamente e totalmente minha responsabilidade. O que quer que eu seja, sou minha própria criação”. Esse é o significado deste sutra:

Conduza toda a culpa para um.

E esse um é você.

Uma vez que esse insight se estabelece: "Sou responsável por minha vida – por todo meu sofrimento, pela minha dor, por tudo que aconteceu comigo e está acontecendo a mim – Eu escolhi esse caminho; essas são as sementes que eu semeei e agora estou colhendo a safra; sou responsável" – uma vez que esse insight se torna um entendimento natural em você, então tudo mais é simples.

Assim a vida começa a dar uma nova reviravolta. Começa a se mover numa nova dimensão. Essa dimensão é conversão, revolução, mutação – porque uma vez que sei que sou responsável, também sei que posso abandonar isso a qualquer momento que decida fazê-lo. Ninguém pode me impedir de abandonar isso.

Pode alguém lhe impedir abandonar sua miséria, de transformar sua miséria em felicidade? Ninguém. Mesmo que você esteja na prisão, acorrentado, preso, ninguém pode prender você; sua alma ainda permanece livre.

É claro, você fica numa situação muito limitada, mas mesmo nessa situação limitada você pode cantar uma canção. Você pode ou derramar lágrimas de desamparo ou pode cantar uma canção. Mesmo com correntes em seus pés você pode dançar; então até mesmo o som das correntes terá uma melodia nela.

Osho, em "The Book of Wisdom"
Fonte: Osho.com
Imagem por waferboard

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

sábado, 13 de agosto de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Não existe o dia do juízo final
Posted: 12 Aug 2011 07:39 PM PDT
Ao nos dar a vida, a existência já nos aceitou. Não existe o dia do juízo final. Acredito no dia do juízo inicial – ele já passou, já acabou.

O dia em que Deus decidiu criar o mundo foi o dia do juizo. Nesse dia ele deve ter ponderado, pensado se deveria ou não criar o mundo, mas resolveu criá-lo. Ele decidiu que era melhor criar que não criar. Ele preferiu algo a nada.

Não importa o que tenha criado, ele é responsável por tudo. Eu não sou responsável, você não é responsável, ninguém mais é responsável. Toda a responsabilidade é de Deus ou da existência; todo bem que existe pertence a ele, todo mal também.

Podemos encerrar a questão, não precisamos nos preocupar com isso. Uma coisa posso lhe dizer: à medida que uma pessoa se aprofunda na meditação, percebe que não há a menor possibilidade de um dia do juízo final nem a necessidade de ficar preocupado.

Quando você fica em silêncio, começa a sentir o amor de Deus jorrando de todos os lados. De repente percebe que alguém está cuidando de você, que você não é ignorado, que não é uma coisa acidental, que você é intrínseco à existência.

Deus precisava de você, por isso ele o criou.

Osho, em "Meditações Para o Dia"
Imagem por maureen_sill

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Virtude
Posted: 10 Aug 2011 08:47 PM PDT
As pessoas se tornam boazinhas. Essa não é a verdadeira virtude – é uma camuflagem.

Fazer boas coisas traz respeitabilidade, dá a você uma boa sensação no ego, faz com que você sinta que é importante, significativo – não somente aos olhos do mundo, mas também aos olhos de Deus –, que você pode ficar de pé e até mesmo encontrar Deus e mostrar todos os seus bons feitos. Isso é exaltar o ego, e a religiosidade não pode exaltar o ego.

Não que uma pessoa religiosa seja imoral, mas ela não é moral – ela é amoral. Ela não tem caráter fixo. Seu caráter é líquido, vivo, movendo-se momento a momento.

Ela responde às situações não de acordo com uma atitude, ideia ou ideologia fixa; ela simplesmente responde a partir de sua consciência. Sua consciência é seu único caráter, e não há outro caráter.

Osho, em "Osho Todos os Dias – 365 Meditações Diárias"
Imagem por gerardov
Publicado no blog palavras de Osho
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domingo, 7 de agosto de 2011

GLÂNDULA PINEAL - PARA LER E PENSAR

A pineal está localizada no meio do cérebro, na altura dos olhos. Ela é um órgão
cronobiológico, um relógio interno. Como ela faz isso? Captando as radiações
do Sol e da Lua. A pineal obedece aos chamados Zeitbergers.

Por exemplo, o Sol é um Zeitberger externos que regem as noções de tempo e
que influencia a pineal, regendo o ciclo de sono e de vigília, quando esta
glândula secreta o hormônio melatonina. Isso dá ao organismo a referência
de horário.

Existe também o Zeitberger interno, que são os genes, trazendo o perfil de
ritmo regular de cada pessoa.

 Nós vivemos em três dimensões e nos relacionamos com a quarta, através do  
 tempo. A pineal é a única estrutura do corpo que transpõe essa dimensão, que
é capaz de captar  informações que estão além dessa dimensão nossa.

Para Descartes é o ponto em que a alma se liga ao corpo, até na questão física
há uma lógica que é esta glândula que lida com a outra dimensão, e isso é um
fato.

Todos os animais têm essa glândula; ela os orienta nos processos migratórios
porque sintoniza o campo magnético. Nos animais, a glândula pineal tem
fotorreceptores iguais aos presentes na retina dos olhos, porque a origem
biológica da pineal é a mesma dos olhos, é um terceiro olho, literalmente.

Os cientistas Vollrath e Semm, que têm artigos publicados na revista científica
Nature, de 1988, comprovam que a pineal converte ondas eletromagnéticas em
estímulos neuroquímicos.

O espiritual age pelo campo eletromagnético, se há uma interferência espiritual
por exemplo, se dá justamente pelo campo eletromagnético. As interferência
acontece na natureza pelas leis da própria natureza.



Segundo Sérgio Felipe de Oliveira, a pineal captaria informações do mundo
espir itual por ondas eletromagnéticas, como “um telefone celular”, e as
transformaria em estímulos neuroquímicos.


A parapsicologia diz que estes campos eletromagnéticos podem afetar a ment e
humana. O dr. Michael Persinger, da Laurentian University, no Canadá, fez
experiências com um capacete que emite ondas eletromagnéticas nos lobos
temporais.

As pessoas submetidas a essas experiências teriam tido “visões” e sentiram
presenças espirituais. O dr. Persinger atribui esses fenômenos à influência
dessas ondas eletromagnéticas.

Pesquisas recentes indicam que a pineal está ligado a dois centros nervosos,
um de cada ouvido. Estes dois centros nervosos, e mais o centro situado na
própria glândula, formam um triângulo, com a pineal no centro da cabeça com
o ápice ou vértice superior, e dois centros nervosos dos ouvidos formando a base.
Assim, os pesquisadores elaboraram o princípio de que tudo o que afete os
tímpanos afetará a pineal, qualquer princípio que afete a pineal afetará os
tímpanos.

A glândula está localizada em uma área cheia de líquido. o som faz o líquido vibrar,
provocando uma reação na glândula. Essa belezinha, converte ondas
eletromagnéticas em estímulos neuroquímicos.

A Física Quântica diz que tudo é vibração e nós vibramos em diferentes freqüências,
também somos influenciados em diferentes freqüências, por meio natural ou não
(falaremos disso mais tarde).

Estamos sendo bombardeados com energias vindo da
galáxia, incluindo o bombardeio do Sol, tudo isso afeta a Terra e logicamente
nos afeta.

Sempre vibração e som, recentemente os cientista conseguiram até reproduzir
o som do Sol nas suas explosões solares.

Quanto mais se intensifica o som, mais a pineal "trabalha", quanto mais ela
trabalha, mais se intensifica o som, formando um circulo que nos leva
rapidamente ao estado de projeção consciente.

Sendo assim, meus amigos, os barulhos, zumbidos, apitos, sininhos...que
você pode estar ouvindo diariamente ou esporadicamente são produzidos
pelo trabalho/desenvolvimento da glândula pineal e todo um fator externo
está contribuindo para isso.

Nós estamos literalmente escutando essa belezinha trabalhar.
Essa glândula é nossa conexão com outras dimensões, nossa glândula foi
danificada ao longo do tempo, por falta de uso, química (veneno) nos nossos
alimentos, poluição e acredito que a nossa contribuição tenha realmente sido
a maior de todas, porque caímos nas ilusões materialistas e hoje somos
extremamente apegados a tudo que os nossos 5 sentidos podem tocar, sentir,
ver e ouvir...

Pra terminar, vou deixar um exercício de meditação de desenvolvimento
energético da pineal. Um exercício diferente, mas bem gostoso de realizar.

Certos exercícios psíquicos provocam um zumbido que começa a se manifestar
nos ouvidos e persiste por algum tempo. Esse zumbido indica que alguma energia
ou ação está sendo transmitida aos tímpanos, a partir da pineal.
(Pesquisa feita pela Universidade de Basle na Suíça).

EXERCÍCIO


Deverá ser feito no escuro, onde a produção do hormônio da pineal aumenta.
- Por uma ou duas semanas, deve-se relaxar por alguns minutos, coloque o dedo
indicador de cada mão o mais para dentro do ouvido que seja possível sem
pressão incômoda;

- Enquanto os dedos estiverem nesta posição nos ouvidos, tomem uma inalação
profunda pelo nariz e retenha o quanto possível;

- Mantenha a boca fechada, quando não puder mais prender a respiração,
exale lentamente pelo nariz;

- Conserve os dedos nos ouvidos durante todo o tempo que esteja inalando,
retendo e exalando;

- Respire normalmente por mais ou menos 30 segundos e repita o procedimento
por 10 vezes.
Ao terminar, você sentirá um calor nos dutos auditivos.

A respiração pelo nariz, com os dedos colocados nos ouvidos, estabelece um
circuito bem definido de vibrações positivas e negativas, que afetem os centros
nervosos do crânio, o centro nervoso da tireóide, e os centro nervosos de cada
um dos dois dedos.

O resultado deste exercício, se praticado conforme a instrução, será a
desobstrução do nariz para a respiração e dos ouvidos para a audição,
a eliminação de qualquer congestão craniana, o desenvolvimento da sensibilidade
dos nervos do nariz a ponto de perceberem novos odores ou facilitar a os já
conhecidos.

Ao mesmo tempo, a pineal irá despertar gradativamente, com crescente vitalidade
para as funções psiquicas.
Fonte: http://www.luzdaserra.

 

Extraído de: http://anjodeluz.ning.com

sexta-feira, 29 de julho de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Depressão
Posted: 28 Jul 2011 06:39 PM PDT
Sempre que você estiver deprimido, espere pelo momento em que a depressão for embora. Nada dura para sempre: a depressão irá embora. E quando ela o deixar, espere. Fique alerta e perceptivo, porque depois da depressão, depois da noite, virá a madrugada e o sol irá brilhar.

Se você puder estar alerta nesse momento, ficará feliz por ter estado deprimido. Ficará grato por estar deprimido porque foi apenas devido à sua depressão que esse tesouro de felicidade se tornou possível.

Em vez disso, o que fazemos em geral? Nos movemos em um ciclo de regressão infinita. Primeiro, ficamos deprimidos. Depois, ficamos deprimidos por causa da depressão, e surge uma segunda depressão.

Se você estiver deprimido, não há problemas! Não há nada de errado nisso. É belo porque, através disso, você irá aprender e amadurecer. Mas se você começar a se sentir mal e pensar: "Por que estou deprimido? Não deveria estar deprimido", nesse caso, você irá começar a brigar com a depressão.

A primeira depressão é boa, mas a segunda depressão é irreal. E essa depressão irreal irá turvar sua mente. Você deixará escapar o momento que teria se seguido à primeira depressão.

Quando ficar deprimido, simplesmente fique deprimido. Não fique deprimido por causa de sua depressão. Não lute contra ela, não crie uma saída de emergência, não force a sua depressão a partir.

Apenas deixe que ela aconteça, pois partirá por conta própria. A vida é um fluxo: nada permanece o mesmo. Você não é necessário, o rio se move por conta própria, não é preciso empurrá-lo.

Se você está tentando empurrar o rio, você é um tolo. O rio flui por si mesmo. Deixe-o fluir.

Osho, em "Osho de A a Z: Um Dicionário Espiritual do Aqui e Agora"
Imagem por Dr. Feel Good

domingo, 24 de julho de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Até a tristeza pode se tornar um florescimento
Posted: 23 Jul 2011 04:30 PM PDT
Pergunta a Osho:
Vejo-me muitas vezes mergulhado em tristeza ao pensar em deixar esta vida. O que posso fazer?
A tristeza é triste porque você não gosta dela. Ela é triste porque você não gosta de senti-la. Ela é triste porque você a rejeita. Até a tristeza pode se tornar um florescimento de grande beleza, de silêncio e profundidade, se você gostar dela.

Nada é errado. É assim que tem de ser, ser capaz de gostar de tudo o que acontece, até da tristeza. Até a morte tem de ser amada; só assim você conseguirá transcendê-la. Se conseguir aceitar a morte, se conseguir amá-la e recebê-la bem, a morte não pode matar você; você a transcendeu.

Quando a tristeza vier, aceite-a. Ouça a sua canção. Ela tem algo para lhe dar. Trata-se de uma dádiva que felicidade nenhuma pode lhe oferecer; só a tristeza pode.

A felicidade é sempre superficial; a tristeza é sempre profunda. A felicidade é como uma onda; a tristeza é como as profundezas do oceano. Na tristeza, você fica consigo mesmo, sozinho. Na felicidade, você começa a acompanhar outras pessoas e começa a compartilhar. Na tristeza, você fecha os olhos e mergulha fundo dentro de si mesmo.

A tristeza tem uma canção... ela é um fenômeno extremamente profundo.

Aceite-a. Aproveite-a. Prove-a sem nenhuma rejeição e você verá que ela lhe traz muitas dádivas que nenhuma felicidade pode trazer.

Se você conseguir aceitar a tristeza, ela deixa de ser tristeza; você dá um novo caráter a ela. Você crescerá por meio dela. Ela não será mais uma pedra, uma rocha no caminho, bloqueando a passagem; ela será um passo.

E lembre-se sempre: aquele que nunca sentiu uma tristeza profunda é uma pessoa pobre. Ele nunca terá riqueza interior. A pessoa que sempre viveu feliz, sorrindo, com frivolidade, não entrou no templo interior do seu ser. Ela não conhece o santuário interior.

Seja sempre capaz de ir para todas as polaridades. Quando a tristeza vier, fique realmente triste. Não tente fugir dela – permita-a, coopere com ela. Deixe que ela se dissolva em você e você se dissolverá nela. Deixe que você e ela sejam uma coisa só. Fique realmente triste: sem resistência, sem conflito e sem luta.

Quando a felicidade vier, fique feliz: dance e fique extasiado. Quando a felicidade vier, não tente se agarrar a ela. Não diga que ela tem de durar para sempre; assim você a perderá. Quando a tristeza vier, não diga: "Não venha", ou "Se tem de vir, por favor venha logo". Assim você deixa de aproveitá-la.

Não rejeite a tristeza e não se apegue à felicidade.

Logo você entenderá que a felicidade e a tristeza são dois aspectos da mesma moeda. Então você verá que a felicidade também traz em si uma tristeza e a tristeza traz em si uma felicidade.

Então o seu interior fica mais rico. Você pode desfrutar de tudo: da manhã e do entardecer também, da luz do dia e da escuridão da noite, do dia e da noite, do verão e do inverno, da vida e da morte – você pode desfrutar de tudo.

Osho, em "O Livro do Viver e do Morrer: Celebre a Vida e Também a Morte"
Imagem por tanakawho

sábado, 16 de julho de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Ame a si mesmo e observe
Posted: 15 Jul 2011 07:15 PM PDT
Perguntaram a Osho:
Você pode falar alguma coisa sobre essas belas palavras de Buda:
“Ame a si mesmo e observe – hoje, amanhã, sempre”?
”Ame a si mesmo”...
O amor é o alimento da alma. Assim como a comida é para o corpo, o amor é para a alma. Sem comida o corpo enfraquece, sem amor a alma enfraquece. E nenhum estado, nenhuma igreja e nenhum interesse investido jamais quiseram que as pessoas tivessem almas fortes porque uma pessoa com energia espiritual está fadada a ser rebelde.

O amor lhe faz rebelde, revolucionário. O amor lhe dá asas para voar alto. O amor lhe dá insight nas coisas, assim ninguém pode lhe enganar, lhe explorar, lhe oprimir. E os padres e os políticos só sobrevivem com o seu sangue – eles só sobrevivem na exploração. Eles são parasitas, todos os sacerdotes e todos os políticos.

Para lhe tornar espiritualmente fraco eles descobriram um método seguro, cem por cento garantido, e esse é ensinar a você a não amar a si mesmo – porque se um homem não pode amar a si mesmo ele também não pode amar mais ninguém. O ensinamento é muito ardiloso. Eles dizem: Ame os outros – porque eles sabem que se você não puder amar a si mesmo você não pode amar de maneira nenhuma. Mas eles continuam dizendo: Ame os outros, ame a humanidade, ame a Deus, ame a natureza, ame sua esposa, seu marido, seus filhos e seus pais, mas não ame a si mesmo, porque, segundo eles, amar a si mesmo é egoísta.

Eles condenam o amor-próprio mais do que qualquer outra coisa – e eles fizeram seu ensinamento parecer muito lógico. Eles dizem: Se você amar a si mesmo você se tornará um egoísta, se você amar a si mesmo você se tornará um narcisista. Isso não é verdade. Um homem que ama a si mesmo descobre que não existe nenhum ego nele. É amando os outros sem amar a si próprio, é tentando amar os outros que o ego surge.

O amor nada sabe de dever. Dever é um fardo, uma formalidade. Amor é uma alegria, um compartilhar; o amor é informal. O amante nunca sente que ele fez o bastante; o amante sempre acha que mais é possível. O amante nunca sente, ‘Eu favoreci o outro’. Pelo contrário, ele sente, ‘Devido a que meu amor foi recebido, estou agradecido. O outro me favoreceu por receber meu presente, não o rejeitando’. O homem do dever pensa, ‘Sou mais elevado, espiritual, extraordinário. Vejam como eu sirvo as pessoas’!

Um homem que ama a si mesmo respeita a si mesmo e um homem que ama e respeita a si próprio respeita os outros também, porque ele sabe, ‘Assim como eu sou, os outros também são. Assim como gosto do amor, respeito, dignidade, os outros também gostam’. Ele se torna cônscio de que não somos diferentes, no que diz respeito ao essencial, nós somos um. Estamos debaixo da mesma lei: Aes dhammo sanantano*.

O homem que ama a si mesmo desfruta tanto do amor, se torna tão contente, que o amor começa a transbordar, começa a alcançar os outros. Tem que alcançar! Se você vive o amor, você começa a compartilhá-lo. Você não pode continuar a amar a si mesmo para sempre porque uma coisa ficará absolutamente clara para você: que se amando uma pessoa, você mesmo, é um êxtase tão tremendo e tão belo, tanto mais êxtase está esperando por você se você começar a compartilhar seu amor com muitas pessoas!

Lentamente as ondulações começam a se expandir cada vez mais longe. Você ama outras pessoas; então você começa a amar os animais, os pássaros, as árvores, as pedras. Você pode preencher todo o universo com o seu amor. Um simples indivíduo é suficiente para encher todo o universo com amor, assim como um simples seixo pode encher todo o lago de ondulações – um pequeno seixo.

O homem precisa se tornar um deus. A menos que o homem se torne um deus não poderá haver nenhum preenchimento, nenhum contentamento. Mas como é que você pode se tornar um deus? Seus sacerdotes dizem que você é um pecador. Seus sacerdotes dizem que você está condenado, que você está destinado a ir para o inferno. E eles lhe tornam muito temeroso de amar a si mesmo.

Eis porque as pessoas são tão eficientes em descobrir defeitos. Elas encontram defeitos em si mesmas – como é que elas podem evitar encontrar os mesmos defeitos nos outros? Na verdade, elas irão encontrá-los e irão engrandecê-los, irão torná-los tão grandes quanto possível. Esse parece ser o único meio de defesa; de alguma maneira, para salvar as aparências. Você precisa fazer isso. Eis porque existe tanta crítica e tanta falta de amor.

Digo que esse é um dos mais profundos sutras de Buda, e só uma pessoa desperta pode lhe dar um tal insight.

A pessoa que ama a si própria pode facilmente se tornar meditativa, porque meditação significa estar consigo mesmo.

Se você odeia a si mesmo – como você faz, como foi dito a você para fazer, e você tem seguido isso religiosamente – se você odeia a si próprio, como é que você pode ficar consigo mesmo? A meditação não é outra coisa senão desfrutar de sua bela solitude e celebrar a si próprio. Eis o que é toda a meditação. A meditação não é um relacionamento. O outro não é absolutamente necessário; somos suficientes para nós mesmos. Somos banhados em nossa própria glória, banhados em nossa própria luz. Estamos simplesmente alegres porque estamos vivos, porque somos.

O maior milagre do mundo é que você é e que eu sou. Ser é o maior milagre e a meditação abre as portas desse grande milagre. Mas só o homem que ama a si próprio pode meditar; do contrário você está sempre fugindo de si mesmo, evitando a si mesmo. Quem quer olhar para um rosto feio e quem quer penetrar num ser feio? Quem quer se aprofundar na própria lama, na própria escuridão? Quem vai querer entrar no inferno que pensam que estão? Você quer manter essa coisa toda coberta com lindas flores e você vai querer sempre fugir de si mesmo.

Desse modo as pessoas estão continuamente procurando companhia. Elas não podem ficar consigo mesmas; elas querem estar com os outros. As pessoas estão buscando qualquer tipo de companhia; se elas puderem evitar a companhia de si próprios qualquer coisa servirá. Elas se sentarão numa sala de cinema por três horas vendo alguma coisa totalmente estúpida. Elas irão ler uma novela de detetives por horas, desperdiçando seu tempo. Elas irão ler o mesmo jornal repetidamente apenas para ficarem ocupados. Elas irão jogar baralho e xadrez só para matar o tempo... Como se elas tivessem tempo de sobra!

O amor começa com você mesmo, assim ele pode se espalhar. Ele vai se espalhando a sua própria maneira; você não precisa fazer nada para espalhá-lo.

"Ame a si mesmo...", diz Buda. E então imediatamente ele acrescenta: "... e observe". Isso é meditação, esse é o nome de Buda para a meditação. Mas a primeira condição é amar a si mesmo, e então observe. Se você não amar a si mesmo e começar a observar, você pode se sentir como que cometendo suicídio.

Muitos Budistas se sentem como que cometendo suicídio porque eles não dão atenção à primeira parte do sutra, eles imediatamente saltam para a segunda parte: observe a si mesmo. Na verdade, nunca encontrei um simples comentário sobre o o Dhammapada, esses sutras do Buda, que desse alguma atenção à primeira parte: Ame a si mesmo.

Sócrates diz: Conhece a ti mesmo, Buda diz: Ame a si mesmo. E Buda é muito mais verdadeiro porque a menos que você ame a si próprio você nunca conhecerá a si mesmo – conhecer só vem mais tarde, o amor prepara o terreno. Amar é a possibilidade de conhecer a si mesmo. O amor é a maneira certa de conhecer a si mesmo.

“Ame a si mesmo e observe… hoje, amanhã, sempre”.

Crie energia ao redor de si mesmo. Ame seu corpo e ame sua mente. Ame todo seu mecanismo, todo seu organismo. Por amar significa: aceitar isso como isso é, não tente reprimir. Nós reprimimos somente quando odiamos alguma coisa, reprimimos somente quando somos contra alguma coisa. Não reprima porque se você reprimir como é que você vai observar? Não podemos fitar o inimigo olho no olho; podemos somente olhar nos olhos de nosso amado. Se você não for um amante de si mesmo você não será capaz de olhar nos seus próprios olhos, na sua própria face, na sua própria realidade.

Observar é meditação, o nome de Buda para a meditação. Observe diz Buda. Ele diz: Esteja cônscio, alerta, não fique inconsciente. Não se comporte como que dormindo. Não continue funcionando como uma máquina, como um robô. É assim que as pessoas estão vivendo.

Observe – apenas observe. Buda não diz o que deve ser observado – tudo! Caminhando, observe o seu caminhar. Comendo, observe o seu comer. Tomando banho, observe a água, a água fria caindo sobre você, o toque da água, a frieza, o arrepio que dá na sua espinha – observe tudo, “hoje, amanhã, sempre”.

Finalmente chega o momento quando você pode observar até mesmo seu sono. Esse é o máximo no observar. O corpo vai dormir e ainda fica um observador desperto, olhando silenciosamente o corpo profundamente adormecido. Isso é o máximo da observação. Agora mesmo exatamente o oposto é o caso: seu corpo está desperto, porém você está dormindo. Então você estará desperto e seu corpo estará dormindo. O corpo precisa de descanso, todavia sua consciência não necessita de nenhum sono. Sua consciência é consciência: isso é atenção, essa é sua própria natureza.

Quando você se torna mais alerta você começa a criar asas – então todo o céu lhe pertence. O homem é um encontro da terra com o céu, do corpo e da alma.

Osho, em "The Way of the Buddha: The Dhammapada"
Fonte: Osho.com
Imagem por anitakhart

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*No mesmo livro, Osho explica assim essas palavras:
"Aes dhammo sanantano – Buda repete isso várias e várias vezes – 'essa é a lei eterna'. O que é a lei eterna? Somente o amor dissipa o ódio, somente a luz dissipa a escuridão."

sexta-feira, 15 de julho de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Seja espontâneo
Posted: 11 Jul 2011 05:50 PM PDT
Quando age, você sempre toma por base o passado. Você vive de acordo com as experiências que acumulou, age com base nas conclusões a que chegou no passado — como pode ser espontâneo?

O passado domina e por causa dele você nem sequer consegue ver o presente. Seus olhos estão presos ao passado, a neblina do passado é tão espessa que é impossível enxergar alguma coisa. Você não consegue ver nada! Está quase cego — cego por causa da neblina, cego por causa das conclusões que tirou no passado, cego por causa do conhecimento.

O homem instruído é a criatura mais cega deste mundo. Porque ele vive com base nos conhecimentos que tem, em vez de avaliar as circunstâncias. Ele simplesmente continua vivendo mecanicamente. Aprendeu alguma coisa; isso passa a ser um mecanismo embutido dentro dele e ele age de acordo com isso.

Há aquela história bem conhecida:
Existiam dois templos no Japão, um inimigo do outro, pois sempre existiram templos ao longo das eras. Os sacerdotes desses dois templos eram tão hostis um ao outro que nem sequer se olhavam no rosto. Se se cruzassem nas ruas, simplesmente não se olhavam. Se se cruzassem na rua, paravam de conversar; havia séculos que os sacerdotes desses dois templos não se falavam.

Mas ambos tinham um garotinho — para servi-los, levar recados. Os dois sacerdotes tinham receio de que os garotos, afinal eram só garotos, pudessem ficar amigos.

Um dos sacerdotes disse ao seu menino: — Nunca se esqueça de que o outro templo é nosso inimigo. Nunca fale com o garoto do outro templo. Eles são gente perigosa... fique longe deles. Fuja deles como o diabo da cruz!

O garoto ficou curioso... porque ele já estava cansado de ouvir longos sermões. Não conseguia entendê-los. Os sacerdotes liam escrituras estranhas, ele não compreendia aquela língua; problemas profundos, existenciais, eram discutidos. Não havia ninguém com quem brincar, ninguém com quem conversar. E quando lhe diziam para não falar com o menino do outro templo, uma grande tentação brotava dentro dele. É assim que surge a tentação. Nesse dia ele não conseguiu evitar de falar com o outro menino. Quando o viu na rua, ele perguntou: — Aonde você está indo?

O outro menino era um tanto filosófico; de ouvir grandes filosofias ele ficara filosófico. Respondeu: — Indo? Não há ninguém que venha ou que vá! Isso acontece... para onde quer que o vento me leve... — Ele tinha ouvido o mestre tantas vezes que era assim que vivia um buda, como uma folha morta, seguindo ao sabor do vento. Então o menino disse: — Eu não sou nada! Não existe ninguém que faça algo, então como posso ir a algum lugar? Que bobagem é essa que você está falando? Sou uma folha morta. Vou para onde quer que o vento me leve...

O outro menino encarava-o sem entender nada. Não conseguiu sequer articular uma resposta. Não conseguia encontrar nada para dizer. Estava de fato embaraçado, envergonhado, e pensava: "Meu mestre tinha razão ao aconselhar-me a não falar com essa gente, são gente perigosa. Que conversa é essa? Só perguntei para onde ele ia. Na verdade, eu até já sabia para onde ele estava indo, pois nós dois íamos para o mercado comprar hortaliças. Bastaria dizer isso."

O menino voltou ao templo e contou ao mestre: — Me perdoe. Você me proibiu, mas eu o desobedeci. Na verdade, sua proibição aguçou minha curiosidade. Essa é a primeira vez que converso com aquela gente perigosa. Só fiz uma pergunta: "Aonde você vai?" e ele começou a dizer umas coisas estranhas: "Não existe ir nem vir... Quem vem? Quem vai? Sou o vazio absoluto", ele disse, "sou uma folha morta. E aonde quer que o vento me leve..."

O mestre disse: — Eu disse a você! Agora, amanhã fique no mesmo lugar e, quando ele passar, pergunte a ele novamente: "Aonde está indo?" Quando ele disser essas coisas, você diz simplesmente: "É verdade. Você é uma folha morta, assim como eu. Mas, quando o vento não está soprando, para onde você vai? Aonde pode ir?" Só diga isso, e ele ficará embaraçado, tem de ficar embaraçado, tem de ficar frustrado. Estamos sempre discutindo e essa gente nunca conseguiu nos vencer em nenhum debate. Então amanhã não será diferente!

O garoto acordou cedo, decorou sua resposta, repetiu-a muitas vezes antes de sair. Então ficou esperando no local onde o outro atravessaria a rua, repetindo mentalmente a resposta, ensaiando, até avistar o garoto se aproximando. Então disse: — Agora veremos!

O menino chegou mais perto e o outro perguntou: — Aonde está indo? —, com esperança de que agora ele teria sua chance...

Mas o rapazinho disse: — Aonde quer que as pernas me levem... — Não mencionou nenhum vento, não falou do vazio, nem da questão do não-fazer... E agora, o que ele faria? A resposta que decorara não ia fazer sentido. Não podia falar sobre o vento. Desacorçoado, com vergonha por ser tão burro, ele pensou: "Esse menino de fato sabe umas coisas estranhas. Agora ele disse: 'Aonde quer que minhas pernas me levem.'"

Então ele voltou a procurar o mestre. Este respondeu: — Eu disse para não falar com essa gente! Eles são perigosos! Faz séculos que sabemos disso. Mas agora é preciso fazer alguma coisa. Amanhã, você pergunta novamente: "Aonde está indo?" e, quando ele disser: "Aonde quer que minhas pernas me levem", diga a ele: "Se você não tem pernas, então...?" É preciso fazê-lo calar a boca de um jeito ou de outro.

Então, no dia seguinte, o menino perguntou outra vez onde o outro ia e esperou a resposta.

O outro disse: — Estou indo ao mercado buscar hortaliças.
As pessoas costumam viver com base no passado — e a vida continua em constante mudança. A vida não tem obrigação nenhuma de confirmar suas conclusões. É por isso que ela é tão confusa — confusa para a pessoa instruída.

A pessoa já tem todas as respostas prontas, o Bhagavad Gita, o Alcorão, a Bíblia, os Vedas. Já se abarrotou de tudo isso, sabe todas as respostas. Mas a vida nunca levanta as mesmas questões; por isso a pessoa instruída nunca acerta o alvo.

Osho, em "Consciência: A Chave Para Viver em Equilíbrio"
Imagem por ClickFlashPhotos / Nicki Varkevisser

quarta-feira, 13 de julho de 2011

POESIA - VINICIOS DE MORAIS

Fonte : Instituto Consciência / Mô Nascimento


PROCURA-SE UM AMIGO...

Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar. Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer. Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos. Que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim. Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.


Vinícius de Morais

sábado, 9 de julho de 2011

PARA LER E PENSAR - PALAVRAS DE OSHO

Em busca de um fantasma
Posted: 07 Jul 2011 06:09 PM PDT
Perguntaram a Osho:
Sei que não sou meu corpo, mas ainda assim quero amar e ser amada. O amor espiritual é possível neste mundo apodrecido?
Este mundo não está apodrecido. Este mundo está repleto de Deus, ou, nas palavras de Buda, repleto de nada, o que dá no mesmo. Se alguma coisa está apodrecida, é a sua mente. E, sim, é muito difícil encontrar amor com uma mente apodrecida.

E nunca pense em termos de amor espiritual e material — amor é simplesmente amor, ele não é nem material nem espiritual. Como o amor pode ser material ou espiritual? Amor é simplesmente amor. Amor significa a alegria de compartilhar sua vida com alguém.

Sim, seu corpo e seu ser podem ser compartilhados, mas compartilhar é amor, não o que você compartilha. Compartilhar é amor; assim, todo amor é simplesmente amor.

Porém, posso perceber que o problema deve estar vindo de sua educação: Sei que não sou meu corpo... Quem lhe disse isso? Você é mais seu corpo do que sua mente. Você é mais seu corpo do que seu suposto eu. É isso o que Ikku está dizendo: que o eu é uma entidade falsa, apodrecida.

E a mente é apenas um fenômeno condicionado pela sociedade. Seu corpo é mais verdadeiro do que sua mente e seu eu; seu corpo pertence à existência.

Entretanto, você deve estar contaminada pelos sacerdotes, que dizem que você não é o corpo. Eles criaram uma dicotomia em todo mundo, que "Você é a alma, e como uma alma pode se rebaixar tanto a ponto de amar um corpo?" E por aqui você não encontrará fantasmas, mas pessoas que vivem em seus corpos, que são seus corpos.

É por isso que você não pode encontrar alguém para amar e ser amada — você está em busca de um fantasma. E se você realmente deparar com um fantasma não acho que você gostará dele. Mas você está ansiando por isso.

Foi-lhe dito para condenar seu corpo, e se você condená-lo e não gostar dele você acha que alguém vai gostar dele? Se mesmo você não gosta dele, quem vai gostar? Ao gostar de seu corpo e amá-lo, você cria uma situação na qual uma outra pessoa pode também amar o seu corpo. Mas você cria esse ambiente, esse clima.

Um homem ou uma mulher que odeia seu próprio corpo... e é assim que todos vocês, no fundo, odeiam, pois desde o princípio lhes disseram para odiar o corpo — o corpo é algo feio, não-espiritual. Foi-lhes ensinado que o corpo é o inimigo.

O corpo é o templo de Deus, e neste corpo vive aquele nada do qual Buda falou, vive aquela semente da iluminação que eu insisto em falar. Este corpo contém sua maior satisfação, contém Deus. Não o condene, do contrário será impossível.

Osho, em "Vá Com Calma — Discursos Sobre o Zen-Budismo"
Imagem por pasukaru76

domingo, 3 de julho de 2011

A CORAGEM DE AMAR - CONCEPÇÃO DE OSHO

A coragem de amar

Link to palavras de Osho

A coragem de amar
Posted: 01 Jul 2011 07:48 PM PDT
Se ama profundamente, você não sente medo. O medo é uma negatividade, uma ausência. Isso tem que ficar profundamente entendido. Caso contrário, você nunca vai entender a natureza do medo.

É como a escuridão. A escuridão não existe, ela só parece existir. Na verdade, ela é só ausência de luz. A luz existe; apague a luz e a escuridão aparece. A escuridão não existe, você não pode acabar com ela. Faça o que fizer, você não pode acabar com ela. Não pode trazê-la, não pode projetá-la.

Se quiser fazer alguma coisa com a escuridão, terá que fazer alguma coisa com a luz, pois só podemos estabelecer relação com algo que tenha existência própria. Apague a luz e a escuridão se fará presente; acenda a luz e a escuridão desaparecerá — mas você fará algo com a luz. Você não poderá fazer nada com a escuridão.

Medo é escuridão. É ausência de amor. Você não pode fazer nada com relação a ele, e quanto mais fizer mais amedrontado vai ficar, pois mais você achará impossível. O problema vai ficando cada vez mais complicado. Quanto mais você brigar com a escuridão, mais sairá derrotado. Você pode empunhar uma espada e matar a escuridão: isso só servirá para deixá-lo exausto. E finalmente a mente pensará, “A escuridão é muito poderosa, por isso me derrotou”.

É aí que a lógica falha. É absolutamente lógico — se você luta contra a escuridão e não consegue vencê-la, não consegue destruí-la, é absolutamente lógico pensar que a escuridão é muito, muito poderosa. Você é impotente diante dela. Mas a realidade é justamente o oposto. Você não é impotente; a escuridão é impotente. Na verdade, a escuridão não está ali, é por isso que você não pode derrotá-la. Como você pode derrotar alguma coisa que não existe?

Não lute contra o medo; do contrário, você ficará cada vez mais amedrontado e um novo medo invadirá seu ser: o medo do medo, que é muito perigoso. Em primeiro lugar, o medo é uma ausência e, em segundo, o medo do medo é o medo da ausência da ausência. Então você enlouquece.

O medo nada mais é que ausência de amor. Faça algo com amor, esqueça o medo. Se você ama bastante, o medo desaparece. Se ama profundamente, você não sente medo.

Quando amou alguém, mesmo que por um único instante, você sentiu medo? O medo não existe em nenhum relacionamento em que, mesmo que por um único instante, duas pessoas se amaram profundamente e aconteceu um encontro, elas entraram em sintonia — nesse momento não se sente medo.

É como se a luz simplesmente estivesse acesa e a escuridão desaparece — eis a chave secreta: ame mais.

Se você sente que existe medo em seu ser, ame mais. Seja corajoso ao amar; tenha coragem. Seja aventureiro no amor; ame mais e ame incondicionalmente, porque quanto mais você ama menos medo sente. E, quando eu digo amor, quero dizer todas as camadas do amor, do sexo ao samadhi.

Osho, em "Coragem: O Prazer de Viver Perigosamente"
Imagem por Skley

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Para ler e pensar!!!

Não chame de insegurança, chame de liberdade

Link to palavras de Osho

Não chame de insegurança, chame de liberdade
Posted: 29 Jun 2011 07:44 PM PDT
Não estou aqui para dar a vocês um dogma — o dogma faz com que se tenha certeza. Não estou aqui para dar a você nenhuma promessa para o futuro — nenhuma promessa para o futuro transmite segurança.

Estou aqui simplesmente para deixá-lo alerta e consciente — isto é, para ficar aqui agora, com toda a insegurança que existe na vida, com toda a incerteza que existe na vida, com todo o perigo que existe na vida.

Sei que você veio em busca de uma certeza, de alguma doutrina, algum "ismo", algum lugar ao qual pertencer, alguém em quem confiar. Você está aqui por causa do medo que sente. Está procurando uma espécie de prisão bonita — de forma que possa viver sem nenhuma consciência.

Eu gostaria de fazer com que você se sentisse ainda mais inseguro, mais incerto — porque é assim que a vida é, é assim que Deus é. Quando há mais segurança e mais perigo, o único jeito de reagir a isso é apelar para a consciência.

São duas as possibilidades. Ou você fecha os olhos e passa a ser dogmático, vira cristão, hindu ou muçulmano... e aí fica como se fosse um avestruz. Isso não muda a vida; é simplesmente fechar os olhos. Simplesmente faz de você um estúpido, alguém sem inteligência.

E nessa falta de inteligência, você se sente seguro — todo idiota se sente seguro. Na verdade, só os idiotas se sentem seguros. O homem que está verdadeiramente vivo sempre se sentirá inseguro. Que segurança pode existir?

Osho, em "Coragem: O Prazer de Viver Perigosamente"
Imagem por andjohan

sexta-feira, 24 de junho de 2011

TEMOR E AMOR

Fonte :  AURORA, pg. 188

O TEMOR FAZ PROGREDIR O CONHECIMENTO GERAL DOS HOMENS MAIS QUE O AMOR, POIS O TEMOR QUER DESCOBRIR QUEM É O OUTRO, O QUE SABE, O QUE QUER : ENGANANDO-SE SE CRIARIA UM PERIGO OU UM PREJUÍZO .  INVERSAMENTE, O AMOR É LEVADO SECRETAMENTE A VER NO OUTRO COISAS TÃO BELAS QUANTO POSSÍVEL OU TAMBÉM ELEVAR O OUTRO TANTO QUANDO PUDER : SERIA PARA ELE UMA ALEGRIA E UMA VANTAGEM ENGANAR-SE A RESPEITO -  É POR ISSO QUE O FAZ .

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Para ler e pensar!!!

"Você é o mundo." Esta é uma das colocações J. Krishnamurti que causam confusão. Osho, Você poderia dizer algo sobre isso?

A colocação de J. Krishnamurti de que "Você é o mundo" não é confusa de maneira alguma. É muito simples; é necessário apenas uma pequena inteligência para compreendê-la.

Podemos tentar abordar a colocação a partir de muitas diferentes direções. O mundo é apenas um nome; o indivíduo é a realidade. Você pode continuar tentando encontrar o mundo em toda parte e não irá encontrá-lo; você sempre encontrará o indivíduo.

Palavras como o "mundo," a "sociedade," a "religião," a "nação," são meras palavras sem nenhum conteúdo por trás delas — caixas vazias.
Exceto você, não existe mundo.

Essa é uma maneira de compreender a colocação: que o indivíduo é a única realidade. E o mundo não é nada mais do que a coletividade de indivíduos, então, seja lá o que for, é uma contribuição de indivíduos. Se for feio, você contribuiu para a feiúra. Se estiver cheio de ódio, inveja, raiva, ambição, cobiça, você contribuiu para todo este inferno no qual estamos vivendo. Você não pode jogar a responsabilidade em alguém mais; você tem de aceitar a responsabilidade sobre os seus próprios ombros.
Esta é outra maneira de compreender a colocação "Você é o mundo."
Estamos continuamente passando a responsabilidade adiante. Se existe guerra, se existe um Adolf Hitler, um Ronald Reagan, torna-se fácil para nós apontar para essas pessoas e dizer que elas são responsáveis. Mas quem as cria?

Adolf Hitler é nossa contribuição. Sem nós, ele é um ninguém. Ronald Reagan não é nada além da nossa opinião. É o nosso voto, é o nosso apoio.

Então, no momento em que você condena alguém, lembre-se: você está condenando a si mesmo. Seja lá o quão indireta seja a sua contribuição, ela existe.

É possível viver como um monge jaina ou um monge budista ou um monge católico num mosteiro, completamente fechado no que concerne ao mundo. Existem mosteiros no Tibet...havia muitos na China antes da revolução comunista. Existem alguns na Europa com uma longa e estranha história. O mosteiro em Athos, na Europa, tem mil anos de existência. Em mil anos, seja quem for que tenha entrado no mosteiro, não saiu vivo. Você apenas entra: uma vez monge, monge para sempre. E o mosteiro não permite que os seus ocupantes saiam para o mundo; são trazidos para fora apenas quando estão mortos.

Você acha que eles não são responsáveis por Adolf Hitler? Eles não são responsáveis por guerras mundiais? Aparentemente não... Como se pode responsabilizar essas pessoas? — que deixaram o mundo, que nunca olharam para trás, que se desconectaram do mundo.

Mas, ainda assim, eu lhes digo que eles são responsáveis. São responsáveis por escapar — eles escaparam da sua responsabilidade. Não faz qualquer diferença.

Os monges budistas, os monges jaina, os monges hindus não participam das atividades mundanas. Mas você pode contribuir de uma maneira positiva ou você pode contribuir de uma maneira negativa.
Você pode colocar fogo nessa casa — essa é a maneira positiva, a maneira ativa. Você pode ficar ao lado, de pé, na rua e não fazer nada para apagar o fogo — essa é a maneira negativa. Mas ambas são responsáveis.
A pessoa negativa não parece tão responsável, mas a sua responsabilidade é absolutamente igual — porque existe um equilíbrio na vida.

Você pode ser contra a guerra, pode ser um pacifista, pode ser um manifestante crônico — sempre com uma bandeira protestando contra a guerra, contra a violência. Naturalmente, você pode dizer, "Como posso ser responsabilizado?" Mas a vida é um fenômeno complexo.

Os seus protestos, o seu pacifismo, a sua luta contra a guerra ainda é parte da guerra; você não é um homem de paz. E você pode observar isso quando as pessoas protestam — a sua raiva, a sua violência é tão óbvia que a gente pensa por que essas pessoas estão protestando contra a guerra. Elas deveriam se juntar a algum lado da guerra — elas estão cheias de raiva, ódio. Elas simplesmente escolheram ter um terceiro lado atrás de um nome bonito — "paz."

Uma boa máscara, mas por dentro está a mesma raiva, o mesmo ódio, a mesma violência, a mesma destrutividade contra qualquer pessoa que não concorda com elas.

Elas estão contribuindo com tanta violência para a atmosfera quanto qualquer outra pessoa.
Elas podem estar falando de amor mas estão dizendo também que você tem de lutar por amor.

Maomé tinha palavras escritas na sua espada dizendo "a paz é a minha mensagem." Ele só pode encontrar uma espada para escrever "a paz é a minha mensagem!" E ele deu origem a uma religião que chamou de "Islã." Islã quer dizer paz e o Islã criou mais violência no mundo do que qualquer outra religião. Em nome da paz, na ponta de uma espada, o Islã tem matado, convertido milhões de pessoas.

Você pode escolher bonitas palavras mas não pode esconder a realidade.
A colocação de J. Krishnamurti de que "Você é o mundo" simplesmente enfatiza o fato de que todo indivíduo, onde quer que esteja, seja lá o que for que faça, deve aceitar a responsabilidade de criar esse mundo que existe ao nosso redor.

Se ele é insano, você contribuiu para essa insanidade da sua própria maneira. Se ele é doente, você também é um parceiro em torná-lo doente. E a ênfase é importante — porque a menos que você compreenda que "eu também sou responsável por esse mundo insano e miserável,"

não existe possibilidade de mudança. Quem vai mudar? Todo mundo acha que alguém mais é responsável.

Um dos maiores imperadores da Índia foi Akbar. Existe um incidente na sua vida registrado no Akbar Namaz — "a biografia de Akbar." Um dia ele estava conversando com seus amigos... E havia ao redor dele as melhores pessoas, mais sábias, mais criativas, escolhidas de todas as
partes do país. O seu bufão estava parado ao lado.

Por falar nisso, você devia saber disso: em todas as cortes de todos os grandes imperadores, existia um bufão cuja única função era evitar que a corte se tornasse séria demais, manter a corte leve, brincalhona — de vez em quando, uma explosão de risadas.

Era uma grande percepção ter um bufão e ele costumava ser uma das pessoas mais sábias daqueles dias — porque não era um fenômeno fácil.
Birbal era o bufão de Akbar. E enquanto eles estavam conversando, Akbar deu um tapa na cara de Birbal — absolutamente sem razão alguma. Mas você não pode bater num imperador, mas o tapa tinha que ir para algum lugar — então, ele bateu na pessoa que estava próxima dele.

Todo mundo pensou, "Isso é estranho!" Em primeiro lugar, não havia razão alguma. De repente, como se uma loucura tivesse possuído Akbar, ele bateu no pobre Birbal. E esse homem também era estranho. Ao invés de perguntar, "Por que você me bateu?" ele simplesmente bateu no homem que estava de pé ao seu lado!

E este homem, talvez pensando que essa era a regra da corte, bateu na pessoa seguinte. Isso foi por toda a corte em cadeia.
E você se surpreenderá: naquela noite, a esposa de Akbar bateu nele! E ele disse, "Por que você está me batendo?"

Ela disse, "Não é essa a questão; um jogo é um jogo."
Ele disse, "Quem lhe disse que isso é um jogo?"

Ela disse, "Temos ouvido durante o dia todo que começou um grande jogo na corte. A única regra é que você não pode bater de volta na pessoa, que você tem de encontrar outra pessoa para bater. E alguém me bateu — então o seu tapa voltou para você, o jogo terminou!" Neste mundo grande, milhares de jogos insanos estão sendo jogados e todos vocês são participantes — é claro, em situações muito pequenas, de acordo com a sua capacidade. Mas lembre-se, o tapa voltará a você mais cedo ou mais tarde. Para onde mais ele irá?

Seja lá o que venha para você, lembre-se, é o seu fazer. Talvez você tenha se esquecido quando começou. O mundo é grande, leva tempo. Mas tudo volta à sua fonte — essa é uma das regras fundamentais da vida, não a regra de um jogo.

Então, se estiver sofrendo, se estiver miserável, se estiver tenso, cheio de ansiedades, angústia, não apenas se console dizendo que este mundo é feio, que todos os demais são feios, que você é uma vítima.

J. Krishnamurti está dizendo que você não é uma vítima, você é um criador deste mundo insano; naturalmente, você tem de participar no resultado de seja lá o que for que tenha contribuído. Você está participando em jogar as sementes, estará participando ao colher a colheita também; você não pode escapar.

Para tornar o indivíduo ciente, de forma que ele pare de jogar a responsabilidade nos outros — do contrário, ele começa a olhar para dentro para ver de que maneira ele está contribuindo para toda essa loucura — existe uma possibilidade de que ele possa parar de contribuir. Porque ele tem de sofrer também. Se ele vem a saber que todo o mundo não é nada mais do que a sua projeção numa escala maior... Porque milhões de indivíduos contribuíram com a mesma raiva, a mesma competitividade, a mesma violência, ela se tornou gigantesca. Você não pode conceber que tenha sido responsável por isso: "Eu posso ter contribuído apenas com uma pequena parte..." Mas um oceano não é nada mais do que milhões e milhões de gotas.

Uma gota não pode pensar que é responsável pelo oceano — mas a gota é responsável. Sem a gota não haveria oceano de maneira alguma. O oceano é apenas um nome; a realidade está na gota.

Aceitar a sua responsabilidade irá transformá-lo e a sua transformação é o começo da transformação do mundo — porque você é o mundo. Seja lá o quão pequeno for, um mundo em miniatura, mas você carrega todas as sementes.
Se a revolução acontece em você, ela carrega a revolução para o mundo todo.
E quando J. Krishnamurti diz "Você é o mundo" ele não está dizendo apenas para você, está dizendo para todo mundo: Você é o mundo. Se você quiser mudar o mundo, não comece mudando o mundo — essa é a maneira errada que a humanidade tem seguido até agora: Mude a sociedade, mude a estrutura econômica. Mude isso, mude aquilo. Mas não mude o indivíduo. Essa é a razão pela qual todas as revoluções falharam. Somente uma revolução pode ser bem sucedida, o que não foi tentado até agora — e essa é a revolução do indivíduo.

Mude você mesmo. Esteja alerta para não contribuir com qualquer coisa que torne o mundo um inferno. E lembre-se de contribuir com alguma coisa para o mundo que o torne um paraíso.
Esse é todo o segredo de uma pessoa religiosa. E se todas as pessoas começam a fazer isso, haverá uma revolução sem qualquer derramamento de sangue.

Existe outro incidente na vida de Akbar. Ele havia construído uma fonte de mármore muito bonita. Estava trazendo cisnes de Mansarovar, nos Himalaias. E decidiu que não deveria haver água na fonte. Essa era a fonte do imperador — ao invés de água, deveria haver leite. Todo mundo na capital foi informado que deveria fornecer um balde de leite, não muito, e que ele deveria chegar ao palácio até a manhã seguinte, cedo, antes do sol nascer.

Birbal falou a Akbar, "Você não entende a mente humana de maneira alguma. A sua fonte estará cheia de água." Ele disse, "Que bobagem...? É a minha ordem!" Birbal disse, "Sua ordem ou ordem de qualquer pessoa — eu compreendo a mente humana."
Akbar disse, "Vamos esperar; amanhã de manhã será decidido quem tem razão."
E na manhã seguinte, ambos foram ao jardim e a fonte estava cheia de água.

Akbar disse, "Isso é estranho. Como aconteceu? Peguem algumas pessoas na estrada, seja quem for, e perguntem como aconteceu." E as pessoas foram ameaçadas: se dissessem alguma mentira, a vida delas estaria em risco; se dissessem a verdade, seriam liberadas.
Elas disseram, "A verdade é que toda a capital traria baldes de leite. Um balde de água seria completamente irrelevante, ninguém jamais viria a saber. Mas agora vejo que a fonte está cheia de água; parece que todo mundo teve o mesmo pensamento — toda a capital! Nenhuma pessoa foi diferente."

A mente humana funciona exatamente da mesma forma. Então, se o mundo está numa tal tragédia, são as nossas mentes humanas que a estão criando; nós estamos contribuindo como o nosso balde cheio de miséria.

Nenhuma revolução pode ter sucesso a menos que a mente humana seja compreendida pelos seres humanos e eles comecem a se comportar de maneira diferente — sem esperar que "O meu balde cheio de água não será notado." Se todo mundo compreender que essa idéia é a que virá para todas as mentes humanas e decidir que, "Pelo menos eu devo levar um balde de leite. Eu não devo me comportar da maneira inconsciente com que todos os seres humanos estão se comportando..."

É possível ter a fonte cheia de leite.
"Você é o mundo" simplesmente significa: seja lá o que for que esteja acontecendo, não podemos nos eximir da responsabilidade. Os nossos monges, os nossos santos, tentaram apenas isso. O que eles estavam tentando fazer, se você for profundamente na psicologia deles, era dizer que, "Nós não somos mais responsáveis por toda essa bobagem que está acontecendo no mundo." Mas eles dependiam do mesmo mundo


Eram dependentes das mesmas pessoas por causa da sua comida; eram dependentes das mesmas pessoas por causa da sua roupa. Não estavam separados do mundo de maneira alguma; apenas cessaram de estar ativos no mundo.

Eram parceiros silenciosos em toda a insanidade que está acontecendo. E eles deveriam ser mais condenados porque eram as pessoas mais inteligentes, mais sábias. Ainda assim, não podiam ver o ponto de que apenas ficando de lado não é o suficiente; você tem de fazer alguma coisas contra a mente humana normal.

Escapar para os Himalaias não vai ajudar porque, mesmo nos Himalaias, a sua mente permanecerá a mesma, apenas você não terá a oportunidade de saber disso. E é melhor conhecer o inimigo do que não conhecê-lo porque, conhecendo, existe uma possibilidade de mudança.
Não conhecer é muito perigoso.

Quando uma doença é diagnosticada, está curada pela metade. Quando uma doença não é diagnosticada, então acontece o problema de verdade. O remédio não é o problema, o diagnóstico é o problema. Um homem viveu nos Himalaias por 30 anos. O seu problema era a raiva e ele queria se livrar dela. Por 30 anos nos Himalaias, ele não teve raiva por um único momento — não havia razão.

A esposa não estava lá, os filhos não estavam lá, os pais não estavam lá, a sociedade não estava lá — não havia provocação.
Pouco a pouco, o seu nome se tornou famoso e as pessoas começaram a vir para venerá-lo. Agora estava ainda mais difícil de se tornar ciente de que a raiva ainda estava lá. Quando as pessoas o estão venerando, não é uma questão de ter raiva.

Então veio a Khumba Mela em Allahabad. As pessoas disseram, "Você é um grande santo. Sem você, a Khumba Mela, a maior reunião de pessoas da Terra num único lugar, estará faltando alguma coisa. Você tem de ir." E agora ele estava convencido de que havia se tornado um grande santo. As pessoas estavam vindo de muito longe, fazendo uma jornada árdua, difícil, através das montanhas, apenas para mostrar o seu respeito por ele.

Ele foi à Khumba Mela mas havia milhões de pessoas — ninguém o conhecia. Alguém pisou o seu pé e imediatamente ele deu um tapa no homem, pegou o seu pescoço e disse, "O que você acha que está fazendo?" De repente, se lembrou de que era um santo. Ele disse, "Meu Deus, o que estou fazendo? O que aconteceu com os 30 anos? A raiva veio tão rapidamente, tão instantaneamente, nem um momento de pensamento." Ele estava por matar o homem.

Essa era a razão pela qual fora para os Himalaias — porque estava com medo de que mataria alguém e seria crucificado ou teria que viver toda a vida na prisão.
Até mesmo a sua família havia dito, "Seria bom que você fosse para os Himalaias porque você matará alguém e isso significa que você matou a si mesmo também. Dessa maneira, duas vidas são salvas. Vá" Mas 30 anos... O que aconteceu?

É um fato simples: as pessoas que escaparam do mundo não acham que são responsáveis por este mundo. Escapando, elas não mudaram o mundo. Escapando, não contribuíram em nada para torná-lo mais bonito, mais humano, mais inteligente, mais meditativo. Nem elas mudaram o mundo nem passaram por uma mudança interna nelas mesmas. Por essa razão eu sou contra renunciar ao mundo.
Fique no mundo, seja lá o quão difícil for — porque é apenas no mundo que será lembrado, em cada passo, que tipo de mente você está carregando por dentro.

E essa mente é projetada no lado de fora e se torna enorme porque tantas mentes estão projetando da mesma maneira.
"Você é o mundo" não é uma colocação matemática.
"Você é o mundo" é um insight psicológico.
E pode se tornar a própria chave para a única revolução que pode acontecer.
Osho; Sermons in Stones